CADA VEZ QUE ENTRO NESTA CASA
CADA VEZ QUE SINTO SUA ANGÚSTIA
OUÇA O BARULHO DA ESCADA
SOBE ESSA TROUXA PARA MIM
SENTE O CHEIRO DO SEU CIGARRO?
MEU AMOR, MINHA VIDA
AMADA MINHA MÃE
HOJE NÃO TOMAMOS CAFÉ JUNTOS
SINTO SEU ABRAÇO 
SAUDADE DO COTIDIANO EM SI
VEM AQUI
 FICA COMIGO
NÃO CONSIGO EXPELIR 
TODA ESSA TRISTEZA 
NÃO CONSIGO EXORCIZAR  A ALMA
DE TANTO CHORAR 
DE NÃO ACREDITAR
DE DUVIDAR 
COMO FAÇO PRA TE MORDER?
QUAL É O TAMANHO DO BURACO
DA SAUDADE?

INFINITAMENTE INEXPLICÁVEL...

NÃO POSSO SER EU O TEMPO TODO
          PRECISO SER OUTRO
O OUTRO QUE AS VEZES SE AUSENTA
                 

QUANTOS VINHOS AINDA BEBEREI
                             AO SOM DE BELCHIOR?

QUANTO DESSE CORAÇÃO SELVAGEM
                                       IREI DESVENDAR?

E ESTE OUTRO EU NEM SEMPRE
             É O MESMO DE OUTRAS VEZES.

O QUANTO TENHO PRA EXTRAIR 
          DOS SENTIMENTOS QUE SUFOCA?

QUANTAS FRASES ME DECIFRAM?

E NESSA DIVINA COMÉDIA HUMANA
SOU EU 
           EXAGERADO E SENTIMENTAL.

É DESSE JEITO QUE BUSCO ALGO
QUE TALVEZ DESCONHEÇA
ANTES QUE AQUI 
                      EU NÃO POSSA MAIS ESTAR
ALGO...
... DE MAIS UM LATINO-AMERICANO